sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Visita de Estudo ao Núcleo Museológico de Valença



Numa sessão da formadora Manuela Pedreira no dia 27 de Janeiro de 2010, fomos ao núcleo museológico de Valença, fazer uma visita de estudo, num ventoso dia de sol e bastante frio. Saímos do edifício da ex alfândega, subimos a pé as escadas indo as muralhas, passando pelo túnel para chegar ao lado da pousada de São Teotónio. Quando chegamos ao sítio, tivemos que esperar durante vinte minutos que a precedente visita acabasse, eram escolas primárias. Aproveitamos para ver um filme no Power Point sobre Valença, mas o desfile era tão rápido que nem tive o tempo de ler as legendas. Estive a olhar as várias imagens que eram lá expostas, fotografias sépia (tipo antigas) sobre a história ferroviária de Valença. Qual não foi a minha surpresa de aprender que a ponte internacional Tui-Valença, não foi realizada por Gustave Eiffel mas por uma empresa Belga. Foram-se embora os meninos das escolas, libertando assim a funcionária do núcleo que nos ia acompanhar durante a visita, fornecendo explicações sobre tudo que estava lá exposto.
Ela explicou-nos que o batimento onde se encontra o núcleo era, antigamente, antes de tudo, a Moradia Régia onde o Rei ou a sua comitiva ficava quando vinham a Valença e que data do século XIII. Mais tarde foi utilizada como prisão.
A exposição sobre a história ferroviária era ilustrada com imagens que foram feitas durante as obras. Em 1879 o projecto da ponte internacional, realizado pelo arquitecto Espanhol Pelaio Mancebo , vai permitir a ligação dos dois países.  Um preço por concurso público foi feito, sete empresas responderam e foram a concurso. Foi a empresa Belga Braine le Conte que ganhou por ter feito o orçamento mais baixo: 205 000 reis que foi dividido entre Espanha e Portugal; foi um orçamento errado porque no final, as obras custaram 1 500 000 pesetas a mais. As obras duraram dois anos e a inauguração foi realizada no dia 25 de Março de 1886, com um ano de atraso devido a um surto de cólera que apareceu em Espanha, a qual fechou todas as fronteiras vizinhas para não espalhar a contaminação. Vimos fotografias do “beijo” das locomotivas quando se encontraram na ponte. A ponte foi aberta ao trânsito só depois de verificar a resistência, fazendo-se vários testes de solidez, com dois comboios parados no meio para verificar se a ponte aguentava com o peso e também com os mesmos a passar a uma certa velocidade para ver a ponte suportava as vibrações. A funcionária contou que a gare actual foi feita pelos Franceses o que explica porque é tão bonita com tanta classe. Além das fotografias havia lá faróis de locomotivas, um grande que era posto na frente com um vidro amarelo e um outro mais pequeno com vidro vermelho que ficava na última carruagem para assinalar o fim do comboio. Funcionavam a petróleo ou óleo sendo este último o de melhor rendimento. Cada locomotiva a vapor nesta época tinha três faróis na frente para iluminar o suficiente. Também admirámos um quadriciclo de 1930 que era utilizado para verificar o espaço entre os carris. Na sala seguinte, dentro de uma vitrina protectora, vimos umas canecas datadas da inauguração, noutra montra um telefone antigo que servia para as comunicações de uma estação, noutra um chapéu de chefe de estação e vários elementos úteis nas vias ferroviárias. No último andar estavam alguns dos documentos da época, especificando a expropriação de certos terrenos que iam ser utilizados para a passagem do caminho de ferro. A locomotiva 23 que era utilizada nesse período pode se ver no museu de estação.




Numa sala pequena ao lado, uma maqueta da fortaleza de origem do século XII/XIII realizada para proteger a povoação das inúmeras ataques do vizinho espanhol. A fortaleza foi acrescentada de uma segunda parte, sendo unidas no meio com uma ponte levadiça, no século XVIII, inspirada do sistema abaluartado do engenheiro militar francês Vauban. È a mais importante e melhor conservada do alto Minho. Hoje a fortaleza é invadida pacificamente pelos Espanhóis que vêm cá fazer compras e visitas.
Na última sala estavam expostos resumos dos diferentes períodos indo desde a idade da pedra, de cobre, romana, etc.
Antes de irmos embora a formadora Manuela Pedreira tirou fotografias do grupo.
Eu fiquei muito surpreendida de aprender que não foi Gustave Eiffel que fez a ponte, mas que foi uma empresa Belga que a realizou, porque sempre ouvi dizer que foi o Francês que a tinha feito. Também gostei de aprender que o batimento da estação, que acho muito bonito e cheio de classe, foi construída por Franceses que mais uma vez demonstraram um saber fazer cheio de elegância. Como gosto de coisas antigas bem foi tentada de levar comigo o telefone velho mas estava fechado na vitrina. O que mais gostei foi a maqueta da fortaleza, tão bem feita com os soldados, os cavaleiros, a povoação e mais pormenores, isso tudo realizado a escala, respeitando exactamente o tamanho das personagens e dos edifícios. Eu gostaria de saber efectuar maquetas. Foi uma visita de estudo muito interessante que apreciei apesar de nem termos tido intervalo nesse dia.


Reflexão da formanda Patrícia Vilas